A Mata Atlântica Nordestina é um dos centros de biodiversidade mais ameaçados do mundo. Historicamente suprimida pela monocultura de cana de açúcar, exploração madeireira descontrolada, pecuária e pela substituição não sustentável da floresta por outras atividades, a região encontra-se altamente fragmentada e os poucos remanescentes de vegetação ainda nativa são de grande prioridade para conservação, abrigando alta biodiversidade de anfíbios e répteis, muitos deles endêmicos.
Essa situação demonstra a importância do Bioma para a herpetofauna nordestina e a necessidade da implementação de ações de conservação para estas espécies. Com este objetivo, foi elaborado o Plano de Ação Nacional para a Conservação da Herpetofauna Ameaçada da Mata Atlântica Nordestina (PAN da Herpetofauna da Mata Atlântica Nordestina), que abrange os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, totalizando áreas que permeiam quase 140.000 Km2 do território brasileiro.
O PAN da Herpetofauna da Mata Atlântica Nordestina foi criado em 2012, onde foram pactuadas ações que buscavam inicialmente a recuperação de populações de seis espécies-alvo, constantes da lista oficial vigente à época. Entre 2012 e 2018 a lista de espécies contempladas por este PAN sofreu diversas alterações. Algumas espécies novas foram descritas, algumas mudaram de nome, e outras que se julgava ameaçadas, tiveram sua distribuição ampliada e perderam o status de ameaça. Assim, considerando a lista mais atual de espécies ameaçadas (Portaria MMA nº 444 de 17/12/2014), o PAN contempla 25 espécies-alvo, sendo 8 espécies de anfíbios, 8 de lagartos, 7 serpentes e 2 anfisbenas, além de 48 espécies consideradas beneficiadas, por serem categorizadas como Quase Ameaçadas (NT) e Dados Insuficientes (DD). Outras quatro espécies de anfíbios também foram consideradas beneficiadas, por estarem ameaçadas no estado de Pernambuco (Resolução nº 01, de 09 de janeiro de 2015).