A Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço (RBSE) destaca-se como uma das regiões de maior exploração mineral do mundo e a primeira zona mineradora no Brasil. Outras atividades apresentam-se representadas no território, tais como a pecuária extensiva, agricultura de subsistência ou familiar e o extrativismo vegetal.
Os principais eixos de desenvolvimento econômicos beneficiados pelo estabelecimento da RBSE são a agricultura familiar, a arte popular, o turismo e a prospecção da biodiversidade, que vem surpreendendo pela quantidade de espécies vegetais comercialmente valiosas, tais como as sempre-vivas e outras plantas ornamentais rupestres; as essências nativas de uso cosmetológico e farmacêutico (pau-d’óleo, almescla, bálsamo, candeia, angico etc.); as fitoterápicas do saber popular listado pelo Ministério da Saúde para uso medicinal, como arnica e barbatimão, encontradas nas zonas de amortecimento da Reserva, entre outras.
O turismo, por sua vez, é capaz de gerar demanda pelos produtos da agricultura familiar e da arte popular, além de fomentar um grande número de iniciativas privadas voltadas para a prestação de serviços. A RBSE possui localização privilegiada em relação aos principais polos emissores de turistas brasileiros. Belo Horizonte encontra-se a 586 km de São Paulo, 434 km do Rio de Janeiro e 716 km de Brasília, distâncias consideradas razoáveis para as dimensões continentais do Brasil. As capitais possuem aeroportos com voos regulares e fretados.
A singularidade da paisagem e a riqueza ambiental da Serra do Espinhaço estão retratadas no número de unidades de conservação com inúmeros atrativos, entre elas os Parques Nacionais das Sempre-Vivas (Figura 3), da Serra do Cipó (Figura 4) e o recém-criado Gandarela; os Parques Estaduais do Itacolomi (Figura 5), Rola Moça, Biribiri (Figura 6), Rio Preto e Pico do Itambé (onde se encontra o ponto culminante da cadeia do Espinhaço, o Pico do Itambé, com 2.020 m de altitude); inúmeros Parques Naturais Municipais, como Salão de Pedras e Ribeirão do Campo (onde se encontra a cachoeira do Tabuleiro, maior de Minas Gerais e terceira maior do Brasil, com 273 m de queda livre) e as Estações Ecológicas do Tripuí e Fechos, onde são desenvolvidas pesquisas e visitação de cunho educativo e científico.
Além dessas áreas formalmente delimitadas, a Serra do Espinhaço possui inúmeros cursos-d’água de pequeno e médio porte com potencial para balneabilidade, esportes ao ar livre e contemplação. Em Minas Gerais, a região elevada do planalto do Espinhaço divide duas depressões: a oeste, a bacia do rio São Francisco e, a leste, as bacias do rio Doce e do Jequitinhonha. Na borda sudoeste desse planalto, denominada Serra do Cipó, as manchas de rochas calcárias são parcialmente dissolvidas pelas águas que as atravessaram, dando origem a grutas e cavernas. Algumas cavidades espeleológicas são famosas, podendo-se citar as da Área de Proteção Ambiental (APA) Morro da Pedreira, na região que abriga o Parque Nacional Serra do Cipó, uma das mais importantes unidades de conservação brasileiras.
Alguns sítios arqueológicos estão localizados nos municípios de Diamantina, Conceição do Mato Dentro, Jaboticatubas, Santa Luzia e Santana do Riacho. Outro valor cultural presente na área da Reserva encontra-se nas comunidades quilombolas remanescentes, como a comunidade do Açude na Serra do Cipó. São comunidades culturalmente frágeis que têm recebido pressão por parte da atividade turística e, por este motivo, demandam planejamento adequado e urgente.
Há uma forte tendência de crescimento do turismo na região, principalmente em função da divulgação do Projeto Estrada Real, que tem assumido posição de destaque na mídia nacional com a pretensão de atrair até 2 milhões de visitantes por ano. Os eventos culturais e religiosos atraem número crescente de pessoas. Festivais gastronômicos, festivais culturais de inverno, datas comemorativas, férias escolares e feriados representam os períodos de maior tendência à visitação turística de grande intensidade na área da Reserva.